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10/06/20

Informações precisas para ações certeiras

Murilo Pinheiro

Mais do que estatística, os dados representam vidas perdidas, afetadas e, conforme defende Murilo Pinheiro, presidente da CNTU, devem ser tratados com seriedade.

 

 

Entre tantos desafios vividos pelos brasileiros nesse cenário de pandemia e crise econômica gravíssima, existe um elementar: ter clareza dos números que descrevem a realidade com precisão para que ações a serem tomadas sejam certeiras.

 

Na noite de domingo (7/6), por exemplo, a sociedade teve acesso a três números diferentes de mortes causadas pela Covid-19, duas (primeiro 1.382, depois 525) do governo federal e outra do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), que informava 1.113 óbitos. Houve também divergência em relação aos casos confirmados no período, conforme divulgado pelos meios de comunicação. O Ministério da Saúde anunciou 12.581 para depois alterar para 18.912.

 

O primeiríssimo ponto a ser lembrado nesse imbróglio numérico é que não se trata de mera estatística sobre a qual possamos fazer estimativas ou análises descompromissadas. Tais dados representam vidas perdidas, essas tão valiosas quanto a nossa própria ou dos nossos entes queridos. Daí a primordial necessidade de cuidado e seriedade com o levantamento e a divulgação.

 

Em segundo lugar, é óbvio que fica muitíssimo mais difícil traçar estratégias e bem aplicar os limitados recursos disponíveis para superar esse quadro que se mostra desolador em meio a uma caótica emissão de dados contraditórios.

 

Nossa precariedade nos sistemas de saúde e de gestão da informação nos órgãos públicos já nos coloca em situação de grande desvantagem nessa guerra sanitária. A escassa testagem – tendo em vista o tamanho da nossa população –, a demora em se obterem os resultados e a ainda frequente possibilidade de erros nesses exames nos mantêm sob uma lamentável névoa de dúvida sobre o que realmente está acontecendo. Ainda, a falta de acesso aos serviços médico-hospitalares gera enorme subnotificação da doença, especialmente em casos, felizmente, menos graves.

 

Não se trata de buscar números aterrorizantes, mas de enxergar a realidade para tomar as melhores decisões. Isso diz respeito ao poder público e às autoridades sanitárias, mas também às empresas que precisam decidir o que fazer com seus negócios e ao cidadão comum que tem que saber que comportamento adotar.

 

Até porque vivemos na era da informação, das métricas e análise intensiva de dados, não é possível que deixemos de compreender a relevância de termos acesso, da forma mais abrangente e profunda possível, a tudo o que diz respeito à pandemia. É inaceitável que se faça uso disso para sensacionalismo ou atemorizar indevidamente as pessoas. Mas é igualmente absurdo não fornecer a informação disponível à sociedade e, principalmente, desempenhar a melhor atuação possível para salvar vidas.

 

Que os governantes compreendam esse quadro e ajam adequadamente. Deles, a população espera compromisso, responsabilidade, dedicação, competência e, principalmente, compaixão verdadeira com os que sofrem.

 

 

 

 

*Murilo Pinheiro, presidente da CNTU. 

 

 

 

 

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