Fenafar leva ao FST debate sobre mídia e saúde
"Informação: o Melhor Remédio" foi o tema do encontro realizado pela Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) na quarta-feira (20/01), durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
fenafar no FST 2016 / divulgação
A vereadora Jussara Cony e o jornalista Leandro Fortes foram os convidados do debate que contou as contribuições do presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, e do diretor de Juventude e Direitos Humanos da Federação, Damare Sá. Também prestigiaram o evento o vice-presidente Fábio Basílio, as diretoras Eliane Araujo Simões (Saúde e Segurança do Trabalho), Lavinia Magalhães (regional Nordeste) e Cecilia Leite Motta (regional Norte).
A vereadora e farmacêutica Jussara Cony apontou que o consumo excessivo de medicamentos pela sociedade se dá pelo modelo econômico capitalista que gera demanda sem necessariamente haver necessidade. “Os remédios são bens de consumo, a indústria farmacêutica admite a lógica capitalista. O marketing cria demandas baseadas nas dores das pessoas”. Jussara vê com preocupação os efeitos das propagandas de remédios. “O Conselho Nacional de Saúde deve comprar a briga para que o SUS tenha um profissional de farmácia nos postos de atendimento às famílias. Não é aceitável que a pessoa se automedique utilizando remédios fornecidos pelo governo”, afirmou.
Para o presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, o profissional formado em saúde deve enfrentar o sistema capitalista produzindo para o povo e garantindo uma saúde de qualidade para a população. “O CNS tem um compromisso de fortalecer as políticas públicas no campo da saúde para que os profissionais possam aprimorar atender melhor a população”. O farmacêutico, também presidente do Conselho Nacional de Saúde, destacou ainda a importância dos avanços na área médica que melhorou significativamente a expectativa de vida da população. “Não podemos negar a evolução da medicina para a vida das pessoas, mas é importante enfatizar que esses avanços devem vir acompanhados de desenvolvimento social”.
Mídia e poder
Dalmare Sá, que representou também a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), enfatizou o debate sobre a TV pública como um direito. “Informação é poder, devemos ter caminhos de diálogo da mídia com a população, não podemos admitir que apenas uma pequena parcela da sociedade imponha o que a população deve saber, é importante criar nossos próprios espaços”.
O jornalista e mídia ativista Leandro Fortes destacou que cada vez mais a população deve criar novas formas de fazer comunicação, apontar novos caminhos e admitir que este modelo de se fazer comunicação representa a diversidade da sociedade. “A mídia é um instrumento do poder econômico, é fundamental compreendermos o analfabetismo no Brasil, o político, o fiscal e o de saúde. E criar meios de comunicação de decodifiquem essas informações para a população”.
A estudante de farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Cristiane Lima, acompanhou a atividade e refletiu que é preciso discutir a indústria farmacêutica e não é somente o profissional de farmácia que deve fazer o debate. “Temos umas das profissões mais defasadas, desde orientação no comando da medicação para o paciente até o embate com o mercado dos remédios”, concluiu.
Reportagem Aline Vargas
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