10/09/13

Resgatar a valorização do trabalho

Durante curso da CNTU, realizado nos dias 5 e 6 de setembro, em Belém (PA), especialista na área sindical defendeu unidade de ação e busca pelos militantes jovens.

A atual conjuntura sindical brasileira foi o tema abordado pelo consultor da área, João Guilherme Vargas Netto, durante o II Curso de Formação Sindical, promovido pela CNTU, nos dias 5 e 6 de setembro, em Belém (PA). Para atuar no cenário existente hoje, ponderou ele, os dirigentes precisam compreender um fato essencial para evitar erros na sua ação: “A ideia de trabalho foi desconstruído. Enfrentamos uma situação desequilibrada.”

Segundo Vargas Netto, sintomático dessa situação é o fato de hoje não haver um único veículo de comunicação entre os considerados de grande circulação em que haja editoria de trabalho. “Há pouca distinção da nossa atividade. Temos que lutar contra a visão negativa do trabalho, do trabalhador e do movimento que o representa”, alertou.

Outro indicador negativo é o afastamento dos jovens da luta sindical. “Em 1979, essa massa de trabalhadores vinha aos sindicatos. Hoje, isso não ocorre. As manifestações de junho tinham caráter anti-sindical. Eles estão arredios depois de 25 anos de lavagem cerebral neoliberal, pregando individualismo”, lamentou. Segundo o consultor, mesmo aqueles que foram beneficiados pela atuação do movimento não se identificam com ele. “Pela primeira vez, esse jovem conseguiu um emprego. A partir do deslumbramento, casado com o individualismo, ele atribui esse sucesso a Deus, ao patrão ou a Lula. É mais um elemento de descrédito sindical.” Assim, entre os desafios colocados está o de conseguir atrair essa faixa da mão de obra para a luta coletiva, advertiu.

***Veja fotos do evento***

Outra tarefa das organizações sindicais, apontou Vargas Netto, é manter a unidade de ação verificada desde a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em São Paulo, no Estádio do Pacaembu, em 2010. “Existem elementos, como a diversidade, que conspiram contra a unidade, exatamente por isso temos que insistir.” Fundamental também é evitar a armadilha da partidarização, especialmente nos períodos de disputa eleitoral. “É necessário manter a bandeira sindical”.

Rita Casaro – Comunicação CNTU

Leia também